Vocação: chamado de Deus, “sim” do coração
Derivado do verbo no latim “vocare”, que significa “chamar”, a palavra vocação diz respeito ao ato de escolher e de se dispor para uma missão.
No Batismo, nós, seres humanos, somos chamados a servir e ser Igreja no compromisso evangelizador e missionário de Jesus Cristo. Por meio dessa vocação , acolhemos a fé de ser cristão.
Do primeiro “sim” a Deus e, ao longo de toda a infância, com o exemplo de nossos pais, damos os passos iniciais na vida em Cristo. Aprendemos a orar, conhecemos a história de Jesus.
Um chamado de Deus
O chamado de Deus é uma vocação, um dom que cada pessoa recebe de forma particular e que se concretiza graças à capacidade que Deus efetiva em nós. É uma profunda convicção de propósito, e não um projeto.
Não baseia-se em uma lista de tarefas a serem cumpridas, mas em um relacionamento ímpar, pessoal e intransferível com o Senhor.
Contudo, cabe única e exclusivamente a cada um de nós, de maneira livre, acolher este chamado e entregar-se de corpo e espírito para viver os planos que Deus tem preparado antes mesmo do dia de nosso nascimento.
Olhos abertos para ver, ouvidos para ouvir e coração para sentir
Disponibilidade para enxergar, escutar e sentir: esse é o primeiro passo do discernimento vocacional. Por inteiro, é preciso se colocar em modo de atenção, uma vez que Jesus fala de diversos modos.
A oração é uma ferramenta imprescindível nesse processo de sintonia entre os seus sentidos e o convite do Pai.
É pela fé e, tão somente por ela, que a estrada escura pode tornar-se iluminada, a fim de que vejamos, com clareza, a rota de Deus. A verdade é que o Senhor sabe como tocar em nosso coração. Todavia, escutar não é o suficiente. É preciso responder Àquele que fala, assumindo e manifestando nossa adesão à vontade divina.
Os caminhos para os quais Deus convoca seus filhos são incontáveis. Logo, são diferentes os tipos de vocação que nos permitem tornar viva a obra Dele.
Algumas características que podem indicar um chamado de Deus são:
- Pregação do Evangelho
- Gostar de estar com Deus / oração
- Ler a Bíblia
- Ter um forte desejo de seguir Jesus
- Ser ativo em grupos que apoiam o crescimento espiritual
- Procurar pessoas para conversas mais profundas
- CONVICCÃO DE SUA CHAMADA E DE SUA VOCACÃO”.
PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o MANDADO de Deus, nosso Salvador, e do SENHOR Jesus Cristo, esperança nossa – I Timóteo 1.1
Umas das coisas fundamentais para que o Obreiro de Deus tenha sucesso em seu ministério, é este ter convicção de seu Ministério e sua Missão.
Quando lemos este versículo encontramos a palavra “mandado de Deus”, ou como esta na versão da Bíblia de Jerusalém “por ordem de Deus”, ou seja, Paulo esta dizendo a Timóteo que ele tinha total convicção de sua chamada, vocação e propósito ministerial.
Paulo esta dizendo que não por ordenação humana, ou por imposição pessoal, mas por mandamento divino que ele era apostolo.
É muito triste um obreiro que esta envolvido no ministério sem ter convicção que o Senhor o chamou, tal obreiro será cercado por “medo, incerteza, duvida, oscilações” por não ter convicção.
Como Paulo, temos total certeza que aquilo que estamos fazendo foi Deus quem mandou?
Quando olhamos para a vida de Paulo temos o inicio, a continuação e o termino de seu ministério.
Em Atos 9.6 temos o inicio com a seguinte pergunta: disse: Senhor, que queres que eu faça?
Em Atos 20.24 temos a continuação com a seguinte afirmação: “Mas em nada tenho em minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus”, vejamos que ele não perdeu o foco de sua missão e propósito; Em 2Timoteo 4.7 temos o final com a conclusão: o tempo de minha partida é chegado - “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.
O Ponto de partida para uma vida frutífera é quando surge em nosso coração esta pergunta “Senhor, que queres que faca? Quando Deus nos revela e nos mostra qual é o nosso papel no seu Reino, imediatamente somos possuídos de uma profunda convicção de que estamos no lugar certo, na direção certa, e fazendo o que é certo, porque foi mandado de Deus.
Oxalá que o amado companheiro tenha convicção do papel que vem desempenhado no Reino de Deus e no Santo Ministério.
“Como uma âncora no meio de um mar alto, mantém o navio firme, forte e lhe da segurança, assim é a convicção, mantém o obreiro firme, forte e seguro em meio às tempestades do ministério”.
A CHAMADA E SUA IMPORTANCIA:
Um Obreiro sem a chamada é como!
Um peixe fora da água; pula muito, mais esta morrendo,
Um viajante sem destino ou rota de chegada,
Um homem sem farolete no escuro da noite,
Um céu sem estrelas,
O sol sem sua luz e calor,
Uma casa sem alicerce e tudo mais que não tem sentido.
Temos aqui agora enumerar alguns preciosos motivos de sua chamada:
1. Esclarecer que ministério, nunca foi uma profissão, mas sim “chamada e vocação” – (Ef4.11; Hb5.4);
2. A certeza da chamada faz o servo de Deus “superar” os obstáculos – (Nm12.1-16; At14.19-22);
3. A chamada acompanha a “missão” faz ter convicção para onde deve ir e não ir, ou seja, estabelece seus alvos e metas.
O MÉTODO DA CHAMADA DO OBREIRO:
Temos nas Escrituras pelo menos dois métodos revelados:
1. “Método direto” - Deus tem chamado homens de um modo direto - (Gn6.13; 12.1; Ex 3.10; 1Sm3.20; Is 6.9 e At9.6); Paulo foi chamado pelo método direto;
2. “Método indireto” - Deus também usou o método indireto na Bíblia para chamar e designar com grande objetividade - (Gn37.5-10; Nm27.18; Rm16.21); Timóteo foi chamado de modo indireto.
O QUE É CHAMADA? O QUE É VOCACÃO? O QUE É PROFISSÃO?
1. Profissão – é aquela habilidade que o homem se habilitou a fazer em faculdades, cursos, ou em treinamentos, como: Carpinteiro, Encanador, Eletricista, Padeiro, e outras mais...
2. Chamada – do latim, “clamare”, gritar; conclamação feita por Deus aos homens; Existem na Bíblia duas chamadas – a primeira é a “inclusiva”, quando os homens são chamados a salvação, e a segunda é a “exclusiva”, quando os homens são chamados a desempenhar os diversos ministérios no corpo de Cristo.
3. Vocação - do latim, vocactione, chamamento; é a irmã gêmea da chamada, pois junto com a chamada vem a vocação; Vocação é o papel que o chamado deve desempenhar dentro do corpo de Cristo; Por exemplo – Pastor, Evangelista, Profeta, Apostolo, Mestre e outros mais...
Perceba-se que profissão, chamada e vocação são palavras distintas uma da outra; Alguém pode estar no ministério sendo um excelente profissional, sendo chamado por Deus para o ministério e possuindo uma vocação para pastor; Ou alguém pode ser um excelente profissional, e não ter chamada para o ministério e muito menos vocação.
Quando olhamos para Paulo percebemos em suas cartas que ele possuía uma profissão – “fazedor de tendas”; Tinha uma chamada dada por Deus para servir o Reino, e sua vocação – “apostolo e mestre”.
CHAMADA E SUAS MOTIVACÕES!
Quando analisamos a chamada partindo do ponto de vista da motivação, percebemos e chegamos a seguinte conclusão, que existem pelo menos dois grupos – o da motivação errada, e a motivação correta.
Maneira errada de entrar para o ministério:
1. Por salário;
2. Por status;
3. Por fama;
4. Por posição;
Maneira correta de entrar para o ministério:
1. Por paixão as almas;
2. Convicção pessoal; Por amor a Deus;
3. Por missão e propósito divino;
4. Por chamada.
COMO SABER SE TENHO UMA CHAMADA?
Spurgeon disse – “É- lhe imperativo que não entre no ministério enquanto não fizer profunda sondagem e prova de si próprio quanto a esse ponto”.
Crendo como esses homens, na importância do chamado ministerial, quero apresentar quatro perguntas que podem ser utilizadas para avaliar esta convocação:-
As perguntas:
1. Há um Anseio?
Um dos elementos fundamentais do candidato ao ministério é o anseio, o desejo de participar do santo ministério, de ser membro deste tão nobre papel. Uma coisa deve ser observada, se o candidato não tem desejo de participar do ministério, por que então colocá-lo no ministério? O tal deve ter desejo e anseio de ser ministro – (1Tm3.1).
2. Há confirmação?
A confirmação ministerial se dá pelo menos em duas direções, na Vertical e na horizontal – Deus e os homens:
Outros, as pessoas que estão em sua volta constantemente afirmam perceber em sua vida uma chamada para o ministério – (At16.1,2; 1Tm1.2).
Divina – Deus de alguma forma sobrenatural, por profecia, revelação ou sonhos confirmou sua chamada para o ministério? – (1Cor16.8,9).
3. Existem Habilidades?
Todos os homens são possuidores de talentos, alguns receberam “talentos naturais”, outros “divinos ou ministeriais”. Alguns já nasceram com o dom natural de ser cantor, comunicador, e etc. Outros receberam de Deus o dom de Pastor, capacidade para apascentar e nutrir, Apóstolo, capacidade para fundar trabalhos, Profeta, capacidade para comunicar palavras proféticas, Evangelista, capacidade para convencer os pecadores da necessidade de salvação, Mestre ou Doutor capacidade para formar e doutrinar a Igreja, para a edificação do corpo de Cristo, a Igreja – (Ef4.11,12).
4. Há um Estilo de Vida Integro?
Quando é verificado no candidato ao ministério o anseio e desejo de participar do ministério, deve então fazer-se está pergunta: Você tem estilo de vida condizente com os requisitos estabelecidos para fazer parte do mesmo? Não adianta ter o desejo, o anseio se não tiver vida ilibada, integra, digna para estar no ministério, ministério é algo santo, e os que desejam fazer parte do mesmo deve ter vida santa. Análise os requisitos estabelecidos por Paulo nas suas cartas pastorais – (1Tm4.16; 1Tm3.1-7; Tt1.6-9).
Essas são quatros perguntas importantes que a pessoa deve fazer quando estiver considerando o ministério. Se depois destas quatro perguntas o candidato se achar digno e preparado para servir ao santo ministério, é um forte candidato.
- Paulo disse – por mandato de Deus...
Sem o senso da divina vocação, ficará sem arrimo quando os dias de crise e provas vierem. Êsses dias chegam para todo ministro servo de Deus, tenha êle sido verdadeiramente chamado ou não. Se o foi, êle ó sabe, e está preparado para passar por essas duras experiências sem ir ao fracasso; se não foi chamado, e sabe que não o foi, não possui êsse preparo, e é provável que naufrague na fé.
Aos antigos sacerdotes, Deus disse: “Eu vos tenho dado o vosso sacerdócio em dádiva ministerial, e o estranho que se chegar morrerá.” (Núm. 18:7.)
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